Síntese dos Triglicerídeos



(esse "fatídico ácido fosfatídico", que nos causa tantos pneuzinhos!...)


Você já viu sobre a síntese dos ácidos graxos - um processo meio complicadinho, envolvendo um complexo enzimático realmente... complexo!
Agora aprenderemos sobre a junção de 3 ácidos graxos em uma molécula, o triglicerídeo. 
Se poderia pensar que é a simples junção do glicerol com três ácidos graxos e pronto! 
Não é tão diferente disso, mas tem alguns detalhes:
Não é o "simples" glicerol que faz o triglicerídeo! É ele fosfatado: com um fosfato no lugar de uma das hidroxilas da molécula original (no terceiro carbono).


Esse glicerol-3-fosfato tem duas origens diferentes: ou vem da glicólise (tanto no fígado quanto no tecido adiposo), a partir da redução da di-hidroxiacetona fosfato (DHAP - quarta fase) 


ou vem de uma fosforilação "direta" da enzima glicerol-quinase (somente no fígado).
Aí entram não exatamente dois ácidos graxos, mas duas chamadas acilcoenzimas A, que nada mais são do que, digamos, "acetilcoenzimas A de rabo comprido" (cadeias carbônicas alongadas, típicas dos ácidos graxos, no lugar dos apenas dois carbonos habitualmente "colados" na coenzima A). 


A união das duas acilCoA com um glicerol-3-fosfato resulta numa terceira "novidade": o ácido fosfatídico (calma, não se assuste com estes nomes! se você olhar o que é o ácido fosfatídico, vai perceber fácil: é quase que o triglicerídeo pronto, apenas que com um fosfato no lugar do terceiro ácido graxo!).


Esse ácido fosfatídico será (o que?) desfosforilado (perde o fosfato) para se transformar no... diacilglicerol!


Aí, é só chegar a terceira acilCoA (lembre: coenzimaA + ácido graxo) para formar o triacilglicerol (mais conhecido por... triglicerídeo!).


E aí, você (se não dormiu ainda!) pode estar se perguntando:
"Mas porque já não juntaram esses três ácidos graxos no glicerol e pronto?"

Porque, a depender das necessidades da célula, ou o ácido fosfatídico será usado (como vimos aqui) para "fazer triglicerídeo" ou será utilizado (com seus apenas dois ácidos graxos) para "construir" (ou repor) os glicerofosfolipídeos da membrana plasmática (é, então, um metabólito intermediário).

Comentários