Lipídeos de Membrana





(um rapaz coçando a cabeça, para ver se ativa seus cerebrosídeos para entender esse assunto...)

Para melhor entendermos sobre os lipídeos constituintes das membranas, precisamos olhar as estruturas moleculares.
Precisamos saber também que os lipídeos de membrana são "quebra-cabeças" montados a partir de estruturas mais comuns (em boa parte na própria célula que os utilizarão), com resultados e funções bem diversos.
O ácido fosfatídico (que você conhece como precursor da síntese dos triglicerídeos)


dá origem a vários glicerofosfolipídeos ("glicero" por conta do glicerol), ou fosfoglicerídeos, onde uma hidroxila do fosfato unido ao glicerol


é substituído (em ligação ester) por várias moléculas (substituintes):


ou por uma esfingosina (um aminoálcool complexo),


formando os esfingolipídeos (aí com apenas um ácido graxo associado a uma outra cadeia carbônica com uma hidroxila da esfingosina, em ligação amida, e um outro radical):


Os esfingolipídeos tiveram esse nome em homenagem à mitológica esfinge, pela ignorância na época da descoberta da sua serventia. Hoje se sabe que (juntamente com os fosfoglicerídeos) têm a propriedade de servir como reconhecimento celular e para sinalização (principalmente nas células neurais), para maior estabilidade mecânica e fluidez das membranas, além de formarem parte dos chamados "lipid rafts" ("balsas lipídicas"), áreas da membrana com concentração de uma determinada função.
A grande semelhança dos esfingolipídeos com os triglicerídeos é que têm os três carbonos do "cabide" glicerol. As diferenças estão em uma hidroxila (carbono 3) "não utilizada", um outro carbono (2) com nitrogênio no lugar do oxigênio, e o primeiro carbono ligando-se a vários substituintes, de pequenos a muito grandes.

A ceramida é o esfingolipídeo com estrutura mais simples:


A esfingomielina é um dos principais componentes da bainha de mielina, o isolante elétrico dos axônios, 


bem como os cerebrosídeos (esfingolipídeos com um açúcar associado, glicoesfingolipídeos): 



Os fosfoglicerídeos não são "figuras passivas" das membranas. Eles se remodelam continuamente, de acordo com as necessidades celulares.

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